O açafrão-da-terra (ou cúrcuma) não tem nada a ver com o açafrão, como muitos podem pensar. Da família do gengibre, o açafrão-da-terra é o chamado rizoma de uma grande planta asiática. Ele é parte da raiz do vegetal, exatamente como seu primo gengibre. Os dois, inclusive, podem ser confundidos quando frescos, pois são muito parecidos, com cascas finas e formato retorcido.
Cúrcuma e gengibre, no entanto, têm sabores bem diferentes. Enquanto o gengibre é bem picante e tem cor clara, o açafrão-da-terra é terroso e cítrico, um pouco amadeirado e levemente amargo. Além disso, tem uma linda e característica coloração amarela marcante, que aparece já na raiz in natura, antes do processo de cozimento em água ou vapor e posterior secagem, que, por sua vez, antecede a moagem.
O pó de cúrcuma é usado pelos asiáticos desde a Antiguidade como corante, além de tempero e ingrediente medicinal. O curry amarelo, por exemplo, que é uma mistura de especiarias, deve seu tom exatamente a esse tempero.
Ainda hoje, a Índia, onde se acredita que a planta tenha sido domesticada ainda na pré-história, é a maior produtora do açafrão-da-terra, que por lá é usado na comida e também em cerimônias e rituais, como casamentos. O pigmento é tão importante culturalmente que a própria palavra “cúrcuma” deriva de um termo em sânscrito que significa “amarelo”.
Para ninguém ter dúvida de que essa especiaria merece um lugar na despensa, a substância que dá a cor amarela ao açafrão-da-terra é também antioxidante, ou seja, faz bem para a saúde.
E anote esta dica: o açafrão-da-terra fica bom com berinjela, peixe, aves, carne bovina, batatas e arroz; e pode ser usado ao lado de pimentas, leite de coco, cravo, coentro, cominho, alho, gengibre, limão e páprica, entre outros.